Geologia:
O algar desenvolve-se na formação dos Calcários micríticos de Serra de Aire. Esta formação está datada do andar Batoniano do Jurássico Médio. A formação é composta, como o próprio nome indica, por calcários, tendo uma espessura local próxima dos 100m, segundo Manuppella et al, 2000.
O algar desenvolve-se ao longo de uma família de fraturas de direção Oeste/Este e inclinação sub-vertical. O algar é um vadose shaft, como o comprovam a pequena entrada, o controlo estrutural por fraturas, e o seu término em fendas impenetráveis devido a perda de capacidade de corrosão da água.
Presente:
Após a 1ª saída, de exploração do algar em que verificámos as possibilidades, seguiu-se a estabilização do poço de entrada onde existiam bastantes blocos “perigosos”, que muito trabalho nos deram.
Seguiu-se a desobstrução, o algar “respirava”. Identificada a pequena fissura, por ali procuramos outra possibilidade que nos desse acesso ao desconhecido e, por debaixo do caos de blocos da zona mais larga do algar, fomos “felizes”. Ali fomo-nos entretendo, alargando a passagem para que fosse possível alcançar o desconhecido. Cansados mas muito felizes. Um pequeno passo para muitos, mas para nós um grande momento.
Após esta pequena passagem a labuta continuou. O poço que se seguiu também necessitou de estabilização. Continuámos então com esperança, e de facto estávamos agora por debaixo da zona da fissura e o algar continuava, mas começava a estreitar bastante.
Fomos retirando os muitos blocos que impediam o acesso à zona mais funda e também mais estreita. Ali, conseguimos descer uns bons metros mas, para nossa tristeza, a fratura fecha demasiado, sendo impossível a nossa progressão, e deixou de se sentir aquele ar fresco que nos fez acreditar.
Bom, a grande maioria das vezes é mesmo o que acontece. Siga. Aumentámos a profundidade do algar em cerca de 20 metros, e é mais um que fica cadastrado, topografado e partilhado!